Fotografias centenárias do Paraná e de outros locais / Por Frederico Lange

A obra, custeada pelos parentes, reúne a trajetória do Lange fotógrafo, que foi comerciante durante a vida: teve casa de secos e molhados em Curitiba e depois em Ponta Grossa, onde morou por cerca de 40 anos – ele faleceu em 1944. “A divisão e a organização foi a parte mais difícil. Optamos por imagens com relevância histórica, e também dos hábitos da época”, explica a neta Sigrid. Em paralelo com sua loja, ele montou um ateliê fotográfico e atendia nas horas livres, além de registrar a cidade e belezas naturais, como os arenitos de Vila Velha. Suas visitas a familiares também renderam imagens históricas, como a de uma enchente em Porto União, em 1905, e de soldados maragatos em Joinville (1894) durante a Revolução Federalista.
Profissionalmente, Lange atuou no registro da construção (que durou de 1896 até 1912) da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande (EFSPRG), onde teve um cargo comissionado. Fotos das estações, pontes e flagrantes de momentos descontraídos dos operários estão no livro.
Outra curiosidade sobre Lange foi o fato de algumas de suas imagens terem virado cartões-postais, usados para divulgação do Brasil na Europa pela Missão Brasileira de Propaganda e Expansão Econômica de Paris.
A ideia de reunir e organizar o acervo de Lange (que está com familiares e também no Museu Paranaense, Museu Campos Gerais, Casa da Memória de Curitiba e Instituto Histórico e Geográfico do Paraná) veio do bisneto, Denis. “Ele sempre se interessou muito pelas fotografias, era uma tradição de família ficar olhando os álbuns. Um dia, disse que deveríamos publicar. Aí começamos a selecionar as imagens e buscar fotografias que estavam com parentes em outras cidades”, conta Sigrid. A intenção com o livro, diz a neta, é valorizar o trabalho do avô. “Muitas fotografias dele foram publicadas, mas sem assinatura. Queremos resgatar a autoria.”