A Nau

O jornalista Anderson, um novato na profissão, por uma contingência profissional, acaba entrando em um cenário político conturbado. A proximidade com o poder na Presidência da República, permite a ele conviver com as questões determinantes nas atividades próprias de um mandatário fictício. Um mundo novo, distópico, se descortina na visão do jornalista, mostrando facetas surpreendentes dos enfrentamentos políticos e das tomadas de decisão de um poderoso autoritário, que se mostra inepto para o cargo. Os pormenores das ações políticas que ocorrem, muitas vezes acabam ficando desconhecidas da população. Ressalta-se aqui, o papel do jornalista que deve ter na sua prática o compromisso de tornar públicas as matérias relevantes. A história aqui relatada provoca a inevitável reflexão sobre a avaliação na escolha de candidatos aos cargos eletivos da nação. Cada nova situação era um desafio para Anderson, que se somava a uma necessidade de muita tolerância. Até suas certezas eram duvidosas por princípio, durante a busca da verdade, onde sabidamente encontraria obstáculos. Meio ambiente, saúde, educação, política partidária, religião, corporativismo, eleições, eram setores mais percorridos pelas ações presidenciais. Nunca havia passado pela cabeça dele, acompanhar constantemente um político de peso, com a representatividade de um presidente. Muito menos, de historiar sua vida pregressa e observar sua conduta diária. Porém, o seu projeto de trabalho proporcionou conhecer uma somatória de evidências, que construíram um personagem atípico, pouco entendido por muitos e admirado por outros. Fanático, extremista ideologizado pela direita radical, agressivo, esperto, religioso, racista, doente mental? O que seria de fato? O jornalista percebe na sua tarefa, que o norte dos rumos da nação está ao sabor de uma ideologia estranha, da religiosidade e de vontades de um líder autoritário que evidencia claramente a manifestação de um comportamento atípico. As anormalidades na atuação do mandatário são comprovadas em ações que demonstram a falta de observância legal de seus atos e outras manifestações inquietantes de sua conduta. Além disto, mostra-se muito pouco inteligente em suas tomadas de decisão. Tudo isto em meio de uma pandemia e de graves fenômenos climáticos a que o mundo está submetido. Um arranjo que conforma uma situação indesejável do país, levado por uma verdadeira nau dos insensatos.

Quos volunt di perdere, dementant prius