A Diástole do Corpo

O corpo não é uma máquina ou um objeto dividi­do em partes. Ele é o todo, é o espetáculo que se mostra em seu viver, sentir e agir. É, também, sensibilidade, motricidade, sexualidade, intencionalidade e expressividade. Nesse sentido, o corpo se demonstra na po­tência e na liberdade. É com esta concepção que este livro se oferece ao leitor, para que possa ter a experiência proporcio­nada pelo engajamento formado pelo corpo, mundo e coisas. Todos esses elementos não se dariam se não fosse o corpo, verdadeiro autor de suas expressões. Com isso, esta leitura sugere que se aprenda a enxergar o corpo não como um ob­jeto compartimentável, mas sim na sua totalidade, capaz de interagir e se ressignificar mesmo diante de limitações.

Pode-se perguntar como que o corpo reage diante das li­mitações que se apresentam e se o mundo está, de fato, pre­parado para receber este corpo que busca se adaptar às suas limitações. Como interage, por exemplo, um corpo que teve algum membro amputado em relação às limitações do mun­do? São esses questionamentos que motivaram a elaboração deste livro, chamando o leitor para a reflexão. A ideia não é aportar respostas prontas para todas as perguntas que envol­vem a ressignificação do corpo, e sim procurar encontrar um caminho pelo qual a reabilitação não seja apenas da motrici­dade, mas também do resgate da intercorporeidade.

A abordagem proposta para tanto é multidisciplinar, utili­zando-se de diversos campos do conhecimento como a Edu­cação Física, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia, Filosofia e Dança, convidando-os para uma análise conjunta sobre este corpo que vive e interage na coletividade e na pluralidade.